Golpistas aprovaram a reforma trabalhista – mas o povo tem que resistir e tirar Temer do poder

jul 11, 2017

 

No começo da noite dessa terça-feira, 50 senadores da base do governo, incluindo Aécio Neves (PSDB) e Zezé Perrela (PMDB), envolvidos na delação da JBS, votaram a favor da reforma trabalhista e acabaram com a CLT; acabaram com a carteira de trabalho.

Com essa lei aprovada por uma maioria simples de senadores, as leis trabalhistas que antes protegiam o trabalhador brasileiro – carteira de trabalho, férias de 30 dias, descanso no fim de semana, salário mínimo garantido, 40 horas semanais, horário de almoço etc – foram para o espaço, deixaram de existir.

Agora o que vale é o “negociado sobre o legislado” – ou seja, a Justiça do Trabalho não garante mais o trabalhador em relação à negociação com o patrão. Vai valer o que estiver “negociado” com o patrão e se não tiver nada negociado, vai valer o que o patrão falar que vale.

Mas os trabalhadores não podem ficar de braços parados. A lei, é verdade, será sancionada sem vetos pelo presidente golpista e começará a valer rapidamente, mas o povo brasileiro tem que reagir e mostrar que não aceita esse golpe.

Sim, o golpe em Dilma Roussef, eleita democraticamente pela maioria do povo brasileiro e que nunca sancionaria essa lei, foi feito, ao fim e ao cabo, para destruir a CLT e a Previdência.

É contra isso que temos lutar.

Os partidos de oposição entrarão com uma ação no Supremo, pedindo a inconstitucionalidade dessa reforma.

Temos que aumentar a mobilização pelo fora Temer e diretas já, com a eleição de um novo presidente, com legitimidade para mandar para o Congresso, assim que eleito, uma nova lei revogando essa reforma trabalhista.

Todas as pesquisas de opinião confirmam que a ampla maioria do povo é contra essa reforma. As mais importantes entidades do país são contra: CNBB, OAB, MPT, AMB (magistrados), procuradores etc fizeram nota contra a reforma – leia aqui a nota.

 

 

NOVA LEI FAZ BRASIL RETORNAR À REPÚBLICA DOS ANOS 20…

Com essa nova lei, praticamente voltamos ao tempo em que não existia legislação trabalhista – voltamos à era anterior a Getúlio Vargas!

Voltamos à República Velha.

O povo brasileiro, o povão, ainda não acordou para o que aconteceu. Em sua luta diária para manter ou procurar emprego, ele não percebeu que essa lei vai causar mais desemprego e aumentar o subemprego.

Vejam: a Ford, uma das grandes empresas desse país, não queria pagar as horas extras devidas recentemente, alegando que esperaria o resultado da votação da reforma trabalhista.

Se a Ford faz isso, imaginem o que patrões menos conhecidos não farão…

E trata-se de um tiro no pé dado pelo próprio empresariado, pois essa lei vai achatar ainda mais os salários dos trabalhadores e diminuir o seu poder de compra. Consequência: o mercado interno vai diminuir ainda mais e o comércio e indústria vão sentir.

Afinal, com os salários achatados, quem terá dinheiro para comprar alguma coisa?

Além disso, a Previdência Social será atingida em cheio, já que apenas uma minoria terá carteira de trabalho e pagará o INSS. A médio e longo prazos, o INSS será uma sombra do que é hoje.

Com isso, os médios e pequenos municípios vão sofrer e perder arrecadação, pois o poder de compra da população local, formada por muitos aposentados, vai cair horrores.

Existem milhares de pequenos municípios em todo o país que têm na base de sua economia o dinheiro dos aposentados. Imaginem o que irá ocorrer com essas cidades…

A reforma também atingiu em cheio os sindicatos, que perderão o poder de negociação. O trabalhador não terá a quem recorrer.

 

ESCOLAS PRIVADAS

Na educação privada a situação ficará muito grave: os donos de colégios vão querer contratar por períodos, sem carteira de trabalho. Obviamente, a qualidade de ensino vai desabar.

Isso significa que os professores e professoras terão que se unir em torno de seus sindicatos para se proteger; para resistir! Isso porque a ofensiva do patronato virá – e virá com força.

Nosso alerta, nosso chamado é para que os colegas se filiem, busquem os seus Sindicatos de Professores em suas regiões para que, nas negociações dos acordos coletivos, tenhamos força para resistir aos ataques aos nossos direitos.

Também orientamos os colegas a ler e guardar os nomes dos senadores que votaram a favor da reforma trabalhista; espalhem esses nomes em todas as redes sociais, como os verdadeiros destruidores da legislação trabalhista.

São eles que vão querer, inclusive, fazer a reforma da previdência!

Façam comentários nos faces deles; tem gente ali que merece nosso repúdio dobrado, como o senador Cristovam Buarque (PPS), que se arvora de ser um progressista…

Ou Jader Barbalho, que chama Temer de ladrão e vota com ele nessa reforma…

Ou Marta Suplicy, que até há pouco se dizia “socialista”…

Já falamos de Aécio, né?

Por fim, temos que aplaudir os senadores da oposição, sobretudo as senadoras que hoje impediram o início da votação, ocupando a mesa do Senado, a ponto do presidente do Senado, Eunício (PMDB), ter desligado a luz do plenário para obriga-las a sair, o que só ocorreu no fim do dia (veja a foto acima).

A seguir, listamos os nomes desses senadores que votaram a favor da reforma:

 

A FAVOR DA REFORMA

Aécio Neves (PSDB-MG)

Airton Sandoval (PMDB-SP)

Ana Amélia (PP-RS)

Antonio Anastasia (PSDB-MG)

Armando Monteiro (PTB-PE)

Ataídes Oliveira (PSDB-TO)

Benedito de Lira (PP-AL)

Cássio Cunha Lima (PSDB-PB)

Cidinho Santos (PR-MT)

Ciro Nogueira (PP-PI)

Cristovam Buarque (PPS-DF)

Dalirio Beber (PSDB-SC)

Dário Berger (PMDB-SC)

Davi Alcolumbre (DEM-AP)

Edison Lobão (PMDB-MA)

Eduardo Lopes (PRB-RJ)

Elmano Férrer (PMDB-PI)

Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE)

Flexa Ribeiro (PSDB-PA)

Garibaldi Alves (PMDB-RN)

Gladson Cameli (PP-AC)

Ivo Cassol (PP-RO)

Jader Barbalho (PMDB-PA)

João Alberto Souza (PMDB-MA)

José Agripino Maia (DEM-RN)

José Maranhão (PMDB-PB)

José Medeiros (PSD-MT)

José Serra (PSDB-SP)

Lasier Martins (PSD-RS)

Magno Malta (PR-ES)

Marta Suplicy (PMDB-SP)

Omar Aziz (PSD-AM)

Paulo Bauer (PSDB-SC)

Pedro Chaves (PSC-MS)

Raimundo Lira (PMDB-PB)

Ricardo Ferraço (PSDB-ES)

Roberto Muniz (PP-BA)

Roberto Rocha (PSB-MA)

Romero Jucá (PMDB-RR)

Ronaldo Caiado (DEM-GO)

Rose de Freitas (PMDB-ES)

Sérgio Petecão (PSD-AC)

Simone Tebet (PMDB-MS)

Tasso Jereissati (PSDB-CE)

Valdir Raupp (PMDB-RO)

Vicentinho Alves (PR-TO)

Waldemir Moka (PMDB-MS)

Wellington Fagundes (PR-MT)

Wilder Morais (PP-GO)

Zeze Perrella (PMDB-MG)

 

TOTAL: 50